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Patent Searching and Data


Title:
COCONUT WATER AND GOAT'S MILK DAIRY COMPOSITION AND USE OF SAID COMPOSITION
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2021/092669
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention relates to a dairy composition based on coconut water and goat's milk subjected to an appropriate dehydration process. The bioproduct has been developed so that, when reconstituted with drinking water, at the time of consumption, it becomes a beverage with high nutritional value. It is applicable in the field of biotechnology and nutrition and its components will promote the well-being of people and animals by offering a highly nutritional foodstuff.

Inventors:
NUNES JOSÉ (BR)
Application Number:
PCT/BR2020/050466
Publication Date:
May 20, 2021
Filing Date:
November 10, 2020
Export Citation:
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Assignee:
NUNES JOSE (BR)
International Classes:
A23C9/18; A23C1/04; A23C9/152; A23L33/105; A61K35/20; A61K36/889
Domestic Patent References:
WO2002040043A12002-05-23
Foreign References:
US20170188617A12017-07-06
BR112018012922A22018-12-11
BRMU8902098U22012-05-02
BRPI0401254A2005-12-13
BR102017023976A22019-06-04
BRPI1002346A22012-09-18
PH12015000457A12017-07-10
CN102168015A2011-08-31
BRPI0404183A2006-05-02
US20150223509A12015-08-13
PH22018050161U12019-09-25
Other References:
REDDY, R.S. ET AL.: "Influence of processing conditions on functional and reconstitution properties of milk, powder made from Osmanabadi goat milk by spray drying", SMALL RUMINANT RESEARCH, vol. 119, no. 1-3, June 2014 (2014-06-01), pages 130 - 137, XP028654484
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

“COMPOSTO LÁCTEO DE ÁGUA DE COCO E LEITE DE CABRA E USO DO

COMPOSTO”

1. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, caracterizada por compreender as seguintes etapas: (a) Coleta seletiva dos cocos; (b) Seleção parametrizada; (c) Recepção e higienização dos cocos selecionados; (d) Abertura dos cocos para obtenção do endosperma líquido do coco; (e) Obtenção do leite de cabra; (f) Estocagem do leite de cabra; (g) Transporte do leite de cabra; (h) Chegada do leite na unidade de beneficiamento/secagem; (i) Homogeneização da mistura; (j) Pasteurização; (k) Manutenção da mistura; (I) Secagem da mistura.

2. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelos cocos coletados terem de 150 a 180 dias de frutificação, preferencialmente 150 dias.

3. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelos cocos serem selecionados através do grau Brix (sólidos totais) da água de coco em valores compreendidos entre 4,2 e 6,8, preferencialmente 4,5.

4. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelos cocos serem levados em gaiolas por veículos de transporte até a unidade fabril ou de processamento, onde serão devidamente higienizados, preferencialmente com água potável clorada.

5. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela abertura dos cocos para a obtenção do endosperma líquido do coco ser realizada de forma manual (com qualquer objeto perfuro cortante) ou automática (através de equipamentos específicos para esse fim). 6. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela obtenção do leite de cabras saudáveis através de ordenhas diárias, acondicionamento em latões/botijões com tampa apropriados e transferência imediata após a ordenha e em temperatura ambiente a outro local para beneficiamento, mantendo os padrões de qualidade com relação às análises físico-químicas e microbiológicas do leite de acordo com a legislação vigente do Ministério da Agricultura.

7. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pela estocagem do leite de cabra ser realizada mediante congelação e com manutenção da temperatura a -18 °C ou em refrigeração até temperatura igual ou inferior a 4 °C, num período de tempo não superior a duas horas após o término da ordenha.

8. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelo transporte do leite de cabra da dependência da ordenha até o beneficiamento, seja no mesmo local ou em local distante, obedecer à legislação vigente do Ministério da Agricultura, tanto para acondicionamento como para temperatura.

9. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelo leite chegar na unidade de beneficiamento/secagem sob refrigeração (em temperatura de até 4 °C) e ser adicionado ao tanque de armazenamento manualmente ou através de tubulações.

10. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela homogeneização da mistura de água de coco e leite de cabra ser realizada em um tanque de homogeneização na proporção de 99/1 a 1/99, preferencialmente na proporção 50/50. 11. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela mistura de água de coco e leite poder ser acrescida de coadjuvantes de processo, tais como: dextrinas (amilina, goma artificial, goma de amido, goma inglesa, goma vegetal), amidos modificados quimicamente (acetato de amido, adipato dediamido acetilado, amido oxidado, amido tratado por ácido, fosfato de diamido, fosfato diamido acetilado), amidos naturais, amidos modificados por via física ou enzimática (maltodextrina), acidulantes (ácido cítrico, ácido fumárico, ácido láctico, ácido málico, ácido tartárico), antioxidantes (ácido ascórbico, ácido cítrico, ácido isoascórbico, EDTA - ácido dissódico), espessantes (lecitinas), aromas (aroma natural, aroma natural reforçado, aroma reconstituído, aroma imitação, aroma artificial), conservadores (ácido benzoico e seus sais de sódio, cálcio e potássio, ácido ascórbico e seus sais de sódio, potássio e cálcio, dióxido de enxofre), agentes tamponantes (bicarbonatos, carbonatos, citratos, cloretos, lactatos, ortofosfatos, sulfatos de cálcio, magnésio, sódio, lítio e potássio).

12. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelo acréscimo de outros produtos, como no caso os coadjuvantes, não ultrapasse 50% do produto, preferencialmente até 20%, variando esse percentual com as características organolépticas de cada lote de produto.

13. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pela mistura ser preferencialmente pasteurizada em tempo e temperatura preconizadas pela legislação do Ministério da Agricultura.

14. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela mistura ser conduzida por tubulações até um tanque de homogeneização refrigerado e ser mantida em temperaturas de 4 a 15 °C.

15. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo processamento de desidratação da mistura água de coco e leite de cabra ser realizado em equipamento apropriado, preferencialmente em sistema Spray Drying, sem excluir quaisquer outros tecnologicamente compatíveis ao produto resultante.

16. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo processamento, quando realizado pelo sistema Spray Drying, ter fluxo de bombeamento da mistura compreendido entre 30 e 80%, preferencialmente 60%.

17. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelo processamento, quando realizado pelo sistema Spray Drying, ter pressão de bombeamento da mistura compreendido entre 2 e 10 Kg/m2, preferencialmente 6 Kg/m2.

18. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelo processamento, quando realizado pelo sistema Spray Drying, ter pressão de bombeamento da mistura compreendido entre 40 e 80 Bar, preferencialmente 52 Bar.

19. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelo processamento, quando realizado pelo sistema Spray Drying, ter temperatura de entrada do equipamento compreendida entre 150 e 250 °C, preferencialmente 240 °C.

20. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1. caracterizado pelo processamento, quando realizado pelo sistema Spray Drying, ter temperatura de saída do equipamento compreendida entre 80 e 120 °C, preferencialmente 100 °C.

21. “Processo de obtenção de composto lácteo de água de coco e leite de cabra e uso do composto”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo um idade final do produto obtido pelo processo de secagem ser de 0 a 5%, preferencialmente até 3%.

22. “Formulação de composto lácteo”, caracterizado por conter água de coco em pó (ACP) e leite de cabra em pó (LCP).

23. “Formulação de composto lácteo”, de acordo com a reivindicação 22, caracterizado pelos pós de água de coco em pó (ACP) e leite de cabra em pó (LCP) serem misturados e homogeneizados, em recipiente adequado, na proporção de 99/1 a 1/99, preferencialmente na proporção 50/50.

24. “Formulação de composto lácteo”, de acordo com a reivindicação 22, caracterizado pelo mistura de água de coco em pó (ACP) e leite de cabra em pó (LCP) poder ser acrescida de ingredientes para a suplementação nutricional do produto (fontes de proteína animal ou vegetal, ácidos graxos, minerais, vitaminas), bem como quaisquer das substâncias aprovadas pelo Ministério da Agricultura dentre as categorias de aroma, antioxidante, antiumectante, conservante, emulsificante, espessante, e estabilizante.

25. “Formulação de composto lácteo”, de acordo com a reivindicação 22. caracterizado pelo mistura de água de coco em pó (ACP) e leite de cabra em pó (LCP) ser ainda adicionada de água potável e agente gelificante quando da preparação de produtos na forma pastosa.

26. “Processo de reconstituição do composto lácteo em pó à base de água de coco e leite de cabra”, caracterizado pela taxa de diluição ser preferencialmente de 1 :4 (produto: água potável).

27. “Composto lácteo de água de coco e leite de cabra”, de acordo com as reivindicações 1 e 22. caracterizado por ser consumido pela via oral.

28. “Composto lácteo de água de coco e leite de cabra”, de acordo com as reivindicações 1 e 22. caracterizado por ser destinado ao consumo humano e animal.

29. “Composto lácteo de água de coco e leite de cabra”, de acordo com as reivindicações 1 e 22, caracterizado por poder ser utilizado em preparações cosméticas.

Description:
COMPOSTO LÁCTEO DE ÁGUA DE COCO E LEITE DE CABRA E USO DO

COMPOSTO

[0011 O presente pedido de patente de invenção trata de composto lácteo de água de coco e leite de cabra na forma desidratada com aplicação na área de biotecnologia e nutrição visando promover o bem-estar de pessoas e animais através da oferta de alimento altamente nutritivo.

[0021 Atualmente, existem várias formulações elaboradas para uso em nutrição especializada. O bioproduto em questão possui, como ingredientes básicos, água de coco e leite de cabra.

[003] Os produtos naturais são utilizados pela humanidade desde tempos remotos. Além da busca de alimento, havia e ainda há também a busca de alívio e cura de doenças (VIEGAS-JUNIOR; BOLZANI; BARREIRO, 2006).

[004] Estes produtos atualmente representam uma ampla variedade de termos adotados em categorização, legislação e mercadologia de produtos, que implicam serem produtos ou que seus insumos podem ou não terem sido submetidos a alterações físicas e/ou químicas.

[005] A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (BRASIL, 2014) caracteriza que Alimentação Adequada e Saudável “é a prática alimentar apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente”. Ainda destaca a importância que a alimentação deve atender às necessidades de cada fase de curso de vida, bem como as necessidades alimentares especiais de cada indivíduo; que seja acessível do ponto de vista físico e financeiro, harmonizando em quantidade e qualidade, e que seja baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis, trazendo consigo quantidades mínimas de contam inantes biológicos, físicos e químicos.

Água de coco [006] O coqueiro, Cocos nucifera L, é uma monocotiledônea perene, de ocorrência tropical, pertence à família das Arecaceae (antiga Palmae), e é a única espécie aceita no gênero Cocos (CHAN; ELEVITCH, 2006). A produção de coco na Ásia, pela Indonésia, Filipinas e índia correspondem a 84% da produção mundial; o Brasil é o quarto maior produtor de coco, o que corresponde a 5,3% no mundo e aproximadamente 96% da produção mundial é proveniente de pequenos agricultores, com áreas de 0,2 a quatro hectares (CRISOSTOMO; NAUMOV, 2009; SIQUEIRA; ARAGÃO; TUPINAMBÁ, 2002). Nas regiões situadas no oriente, grande parte da produção de coco é destinada à produção de copra, e o produto derivado, o óleo de coco. No Brasil, a produção é utilizada para produção de alimentos industrializados, majoritariamente a farinha e o leite de coco, e considerando-se o mercado de água de coco, o país é o maior produtor mundial, com destaque para a região Nordeste, produzindo 80%, onde as empresas Amacoco, Ducôco e Socôco dominam o mercado brasileiro, sendo responsáveis por 70% de produção de água envasada (IMAIZUMI, 2015).

[007] A água de coco consiste no endosperma (tecido gerado dentro de sementes que englobam e nutrem os embriões) líquido da semente do coco durante o estágio de desenvolvimento nuclear. Durante o processo de maturação, a partir do segundo mês, o interior do endocarpo é ocupado pela água de coco até a abertura da inflorescência e atingir o volume máximo, entre o sexto e sétimo mês, após este estágio, o endosperma começa a se depositar em camadas de endosperma sólido ao longo da parede da semente, reduzindo o volume do líquido.

[008] O principal constituinte químico da água do coco é o carboidrato na forma redutora (glicose e frutose) e não redutora (sacarose). A glicose e a frutose se combinam na água do coco a partir do sétimo mês de frutificação para formar a sacarose, que é menos doce quando comparada à frutose. Além de carboidratos, a água de coco possui proteínas (aproximadamente 370 mg/100 ml), vitaminas (ácido ascórbico, ácido nicotínico, biotina, riboflavina e ácido fólico) e aminoácidos, incluindo-se lisina, cistina, fenilalanina, histidina e triptofano (AROUCHA; VIANNI, 2002). Entretanto, não é uma fonte expressiva de vitamina C (RICHTER et ai, 2005).

[009] O sódio consiste no principal cátion do fluido extracelular e regula o tamanho do compartimento celular bem como o volume do plasma sanguíneo. Esse cátion também auxilia na condução de impulsos nervosos e no controle da contração muscular. Todas as secreções do trato gastrintestinal contêm sódio, que se absorve em condições normais. Portanto, toda perda anómala de secreções gastrintestinais pode produzir um déficit de sódio. Também se perde sódio pela pele ou pelos rins (WHITMIRE, 2002).

[010] O potássio, o principal cátion do fluido intracelular, está presente em pequenas quantidades no fluido extracelular. Juntamente com o sódio, participa da manutenção do equilíbrio hídrico normal. Juntamente com o cálcio, é importante na regulação da atividade neuromuscular. O potássio também promove o crescimento celular (WHITMIRE, 2002).

[011] A água de coco ainda é um isotônico natural de sabor agradável, rica em nutrientes de composição química semelhante à das bebidas isotônicas usadas por esportistas (NOGUEIRA et al., 2004), para a reidratação e reposição de sais, estimulando o consumo nos meses mais quentes do ano. É um material natural de grande potencial biológico, e sua utilização abrange diversas áreas, como a indústria cosmética, de alimentos, médica e biotecnológica.

[012] Em todo o mundo, produtos derivados do coco têm sido utilizados na medicina popular para o tratamento de diversas doenças, tais como artrite e diarreia (ESQUENAZI et ai, 2002).

[013] A indústria cosmética também se utiliza da água de coco na produção de hidratantes para o corpo e cabelos, por apresentar uma grande quantidade de sais minerais, como o sódio, potássio, cálcio, magnésio, manganês, ferro, zinco e cobre, e por conter vitaminas do complexo B e C (CARVALHO et al., 2006). [014] Na área médica, além de essa água desempenhar um papel importante como alternativa para reidratação oral e até mesmo para a hidratação intravenosa de pacientes em regiões remotas (CAMPBELL-FALCK et al., 2000), pesquisas desenvolvidas com essa água têm relatado propriedades de proteção à indução de enfarte do miocárdio (ANURAG; RAJAMOHAN, 2003), retardamento do envelhecimento e prevenção de câncer e doenças cardiovasculares (SCALBERT; JOHNSON; SALTMARSH, 2005), propriedades antioxidantes (MANTENA et ai, 2003) e propriedades cicatrizantes (MAGALHÃES, 2007).

[015] Para Majundar (1951), o uso de água de coco no edema nutricional é efetivo. Além de se constituir um excelente reidratante para crianças e idosos desidratados, a água de coco pode ser ainda um substituto de emergência para o plasma sanguíneo. Usada também na desnutrição proteica grave, graças a sua composição, pode ser utilizada como soro sanguíneo improvisado em pacientes com desidratação grave (NUNES; SALGUEIRO, 2007).

[016] Na área biotecnológica evidenciou-se a eficiência da água de coco na preservação de sémen de animais domésticos, com ênfase para caprinos (FREITAS, 1988); suínos (TONIOLI, 1989a; 1989b); ovinos (FREITAS, 1992) e caninos (UCHOA, 2004). Nesta sequência de estudos, a água de coco demonstrou ser capaz de preservar sémen de peixes de água doce como o tambaqui ( Colossoma macropomum, CUVIER, 1818) (FARIAS et ai, 1999). [017] O impacto dessas evidências tem contribuído para desdobramentos de outros processos biotecnológicos. Na agenda de bioprocessos e/ou bioprodutos, obtidos pela utilização da água de coco, destacam-se o uso na criopreservação de embriões murídeos (BLUME; MARQUES Jr. , 1994); no cultivo de embriões murídeos e bovinos (BLUME et al. , 1997a); na maturação de ovócitos bovinos (BLUME et al., 1997b); no estimulo à fertilidade de sémen de galo (BLESBOIS et al., 1996), e como meio de cultura em conservante de córnea de coelhos (NOGUEIRA; VASCONCELOS, 2000).

[018] As soluções conhecidas têm influenciado o ritmo de difusão da água de coco na adoção de novas alternativas biotecnológicas. Deste modo, os bioprocessos e/ou bioprodutos aglutinam várias inovações. Em torno dessas perspectivas, diluentes de sémen, à base de água de coco, têm sido utilizados para diversas espécies animais, com ênfase para suínos (TONIOLLI; MESQUITA, 1990); caprinos e ovinos (NUNES; SALGUEIRO, 1999); bubalinos (VALE et ai, 1999); humanos (NUNES; SALGUEIRO, 2007), e canídeos (CARDOSO et al., 2003; CARDOSO; SILVA; SILVA, 2006). A riqueza destas evidências imprime uma visão ampla da potencialidade da água de coco.

[019] Vale pontuar que a água de coco conferiu longevidade para células de córneas humanas utilizadas em transplante; funcionou como meio de cultura para tecidos, vírus e bactérias, e demonstrou resultado satisfatório na obtenção de vacinas contra febre aftosa, raiva e leishmaniose (ARAGÃO, 2000). Em tais descobertas, incluem-se a eficiência da água de coco como meio de cultivo para diversos cogumelos (MARQUES; SILVA, 1981).

[020] Por ser rica em nutrientes, a água de coco é susceptível de contaminação e, por isso, de difícil conservação. O caráter estéril da água de coco só é mantido no interior do fruto íntegro, sujeitando-se ao desenvolvimento microbiano quando exposta ao ambiente por conta da abertura do fruto. A água de coco in natura experimentada com sucesso por muitos em processos biotecnológicos encontrou, através dos tempos, dificuldade de expansão, calcada principalmente no fato da não reprodutibilidade dos resultados decorrentes, sobretudo, do uso incorreto de tal insumo. Tal problema é solucionado através de um processo para a estabilização do líquido endospérmico do coco (água de coco) na forma de pó, facilitando a sua utilização, bem como a sua difusão para regiões que não disponham da matéria prima (coco) (NUNES; SALGUEIRO, 2007).

[021] A água de coco desidratada é um produto minimamente processado, obtido a partir de um processo adequado de desidratação, cujo teor de um idade seja igual ou inferior a três por cento, através de processo de secagem por atomização, conhecido como spray drying, tem como princípio a retirada de água de um produto por evaporação ou sublimação mediante aplicação de calor em condições controladas. Em se obtendo a água de coco desidratada, a mesma serve de insumo para a formulação de produtos onde, seguindo as instruções do fabricante, há a reconstituição em formato de bebida para consumo. [022] O produto básico (líquido endospérmico do coco), em sua forma processada, confere estabilidade e longevidade de prateleira, sem problemas de acondicionamento e supera a toda e qualquer outra tecnologia de conservação, uma vez que mantém as propriedades inerentes do produto original. Daí a grande vantagem da água de coco em pó: uma vez processada, não modifica sua composição até sua utilização, garantindo um “padrão” confiável. Já que as amostras são diretamente secas e transformadas em pó, as reações são inibidas pela mudança de fase e, portanto, mantêm inalterada todas as suas qualidades (NUNES; SALGUEIRO, 2007).

[023] O insumo é obtido de cocos verdes de estágios de maturação entre seis e sete meses, onde atingem o volume máximo do endosperma líquido dentro da semente (NOGUEIRA et ai, 2004). Pode ser reconstituído em isotônico natural, é rico em nutrientes, apresenta-se como uma bebida de cor translúcida, turva semelhante à água de coco in natura, rica em carboidratos, contendo apenas traços de gorduras e fibras (ISOSAKI; CARDOSO; OLIVEIRA, 2009), perfeita para uso em dieta líquida restrita em alimentação hospitalar, podendo ser aplicada ao pré-preparo de determinados exames e perioperatório.

Leite de cabra

[024] O estudo da composição do leite de cabra segue séculos, se não milénios, dos benefícios relatados para a saúde do leite de cabra versus o de outros animais leiteiros. Muitos desses estudos foram, de fato, capazes de fornecer uma conexão científica substancial entre os componentes moleculares do leite de cabra e os supostos benefícios. Em outros casos, no entanto, os estudos são "inconclusivos" ou até parecem contraditórios às relações de causa e efeito amplamente adotadas entre o leite de cabra e alegações de saúde relacionadas. Nos últimos anos, no entanto, os cientistas começaram a ser mais receptivos à ideia de que nem todos os benefícios podem ser identificados com componentes específicos; em vez disso, as propriedades e interações gerais desses componentes também fornecem benefícios menos passíveis de análise por métodos científicos.

[025] A composição do leite é um fator variável. Embora a publicação de tabelas padronizadas, como a do USDA para o leite de cabra, possa levar você a acreditar que todo o leite de cabra é o mesmo, isso está longe de ser o caso. Aproximadamente 87% dos ingredientes do leite são água, com os 13% restantes divididos em: lipídios (gorduras), aproximadamente 4%; proteínas, aproximadamente 3,4%; carboidratos (lactose), aproximadamente 4,8%; e minerais, aproximadamente 0,8%.

[026] Os sais minerais do leite de cabra, constituídos por sódio, cálcio e magnésio, em várias formas como cloretos, fosfatos e citratos, desempenham um papel menor na composição do leite, representando menos de 1% do total. Embora pequenos em termos de quantidade, os sais são uma influência importante nas propriedades funcionais do leite, como a taxa de coagulação. [027] As vitaminas contribuem com o fator final nos ingredientes do leite, quase insignificante em termos de porcentagem real da composição, mas vital em termos de contribuições para a saúde.

[028] O conteúdo total de gordura é maior no leite de cabra do que no leite de vaca, com aproximadamente 10 g/xícara no leite de cabra versus 8 g/xícara no leite de vaca. No entanto, a diferença mais significativa do ponto de vista da saúde não está na quantidade de gordura, mas na proporção de ácidos graxos conhecidos como triglicerídeos de cadeia média (TCM).

[029] A proteína no leite é um benefício conhecido para a saúde de beber leite, e também é encontrado em leite de cabra mais alto que o leite de vaca, com valores de comparação de 8,69 g/xícara a 7,86 g/xícara. Novamente, porém, os números não são o aspecto mais importante para os benefícios de saúde da proteína do leite de cabra; ao contrário, as estruturas únicas das proteínas são o principal atributo.

[030] O leite de cabra tem menos carboidratos que o leite de vaca, a 10,86 g/xícara contra 11,03 g/xícara. Essa diferença na composição do leite é quase exclusivamente nos níveis de lactose. [031] O leite de cabra é rico em vitaminas e minerais, com muitos níveis superiores aos do leite de vaca. As vitaminas e os minerais, embora menores em termos de porcentagem da composição do leite, são os principais atores na área de benefícios à saúde.

[032] Proteínas e lipídios são as duas categorias mais significativas em termos de fornecer importantes benefícios à saúde relacionados à nutrição do leite de cabra.

[033] Para proteínas, os seguintes fatores são considerados significativos: níveis mais altos de aminoácidos essenciais; maior valor nutricional devido às diferenças estruturais de proteínas no leite de cabra versus leite de vaca; potencial para reações menos alergênicas; níveis muito mais baixos e potencial falta de proteína alfa-s1 -caseína, promovendo digestibilidade e reação menos alergênica; ausência da proteína aglutinina, que faz com que os glóbulos de gordura se grudem.

[034] Para lipídios, os benefícios são derivados principalmente de: tamanho menor do glóbulo de gordura, promovendo a digestibilidade; glóbulos de gordura permanecem homogeneizados, devido à falta de aglutinina; proporção significativa de TCM, que são reconhecidos como altamente benéficos para uma série de problemas de saúde.

[035] Quanto às vitaminas, o leite de cabra é considerado uma fonte melhor do que o leite de vaca para vitamina A, niacina e B6. Os ingredientes comerciais do leite de cabra normalmente contêm vitamina D, assim como o leite de vaca. [036] Os minerais na composição do leite de cabra são vistos como significativos nas áreas de cálcio, fósforo, potássio, magnésio, manganês e selênio. Os níveis de outros minerais são comparáveis aos do leite de vaca. Os minerais no leite de cabra parecem ter melhor biodisponibilidade, no entanto. [037] Os ingredientes do leite de cabra contribuem para as qualidades especiais que o tornam um super alimento em termos de benefícios à saúde e propriedades nutricionais. Nutrientes do leite de cabra

[038] Os carboidratos tornaram-se uma classe de nutrientes bem reconhecida nos últimos anos, graças em grande parte à abundância de planos populares de dieta com pouco carboidrato. Esse grupo de nutrientes inclui alimentos tipicamente reconhecidos como açúcares e amidos e fornece as principais fontes de energia para o corpo.

[039] As diretrizes nutricionais gerais geralmente recomendam que aproximadamente metade, ou um pouco mais, da ingestão calórica de uma pessoa durante um dia consiste em fontes alimentares ricas em carboidratos, como produtos feitos de grãos, como pão, macarrão e cereais, ou vegetais ricos em amido, como feijão e batatas.

[040] O processo de digestão converte essas moléculas em glicose, um açúcar simples, pronto para ser usado como fonte de energia imediata pelas células do corpo. A energia que não é usada imediatamente é armazenada para uso futuro.

[041] Os carboidratos são classificados como simples ou complexos, uma referência à estrutura molecular. O termo simples denota carboidratos compostos por apenas uma ou duas moléculas, enquanto complexo refere-se a cadeias moleculares mais longas.

[042] Os carboidratos no leite estão na forma de lactose, também conhecida como açúcar no leite. A lactose é o ingrediente responsável pelo sabor levemente adocicado do leite e é composta de dois açúcares, conhecidos como glicose e galactose, tornando-o um carboidrato simples.

[043] A diferença exata no conteúdo de lactose entre o leite de cabra e o leite de vaca é difícil de quantificar devido ao número de diferentes técnicas de análise utilizadas; no entanto, é amplamente aceito que o leite de cabra é mais baixo em lactose do que o leite de vaca. As tabelas de nutrientes do USDA listam o leite de cabra como tendo 10,86 g/xícara e o leite de vaca com 12,83 g/xícara. Isso significa cerca de 15% menos lactose para o leite de cabra. Esse nível mais baixo de lactose tem as implicações mais profundas para indivíduos intolerantes à lactose.

[044] A lactose, ou açúcar do leite, no leite de cabra, fornece um suprimento imediato de energia e, combinada com os outros nutrientes do leite, torna o leite de cabra uma escolha sábia para uma bebida rápida e energizante.

[045] A proteína do leite e seus derivados é um componente importante da dieta em todo o mundo. A proteína é um dos seis principais grupos de nutrientes e é essencial para a vida - compõe os tecidos musculares e orgânicos e é usada em processos como a fabricação de hemoglobina e anticorpos. No nível estrutural, a proteína é composta por blocos de construção conhecidos como aminoácidos.

[045] Dos 20 aminoácidos totais usados pelos seres humanos para a construção de proteínas, nosso corpo é capaz de fabricar 11 deles, chamados aminoácidos não essenciais. Os aminoácidos essenciais compreendem os nove restantes, que devem ser fornecidos através da dieta.

[046] Os aminoácidos são unidos em diferentes combinações para formar os vários tipos de proteínas em nossos corpos. Com o suprimento adequado de aminoácidos essenciais, nosso corpo é capaz de sintetizar a proteína necessária para que nossas células cresçam, mantenham e funcionem adequadamente.

[047] Os aminoácidos essenciais devem vir de fontes alimentares. A proteína alimentar, é tipicamente categorizada como completa ou incompleta. Fontes completas de proteínas, que incluem produtos de origem animal, como carne, ovos e laticínios, contêm quantidades suficientes de aminoácidos essenciais para a síntese de proteínas. A proteína no leite, portanto, se qualifica como uma fonte completa de proteína.

[048] A digestão de proteínas é realizada por enzimas que decompõem a proteína em suas partes constituintes. O processo digestivo começa no estômago e continua através do trato intestinal. Diferentes formas de proteína são digeridas em taxas diferentes e em graus variados de completude. A proteína do leite é quase completamente digerida e absorvida antes de passar para o intestino grosso.

[049] Uma escala de classificação conhecida como Escore de Aminoácidos Corrigidos pela Digestibilidade de Proteínas (PDCAAS) é usada pelo FDA como um método de avaliar a qualidade da proteína em humanos. A pontuação mais alta possível de 1,0 implica que a proteína digerida forneça 100% dos aminoácidos essenciais para o ser humano.

[050] A proteína no leite, com cada uma de suas duas classes de proteínas constituintes, soro e caseína, está entre as poucas classificadas em 1,0. O soro de leite é um subproduto líquido do processo de fabricação de queijos e é usado como aditivo em alguns alimentos processados. O soro de leite tem sido associado a benefícios à saúde, como a regulação dos níveis de açúcar no sangue para diabéticos.

[051] A proteína de soro de leite, coletada a partir de soro de leite líquido, é considerada a mais alta classificação de biodisponibilidade de todas as proteínas e é vendida como um suplemento nutricional.

[052] No leite líquido, a caseína existe na forma de partículas em suspensão conhecidas como micelas de caseína. A adição de uma substância coagulante, como o coalho para a fabricação de queijos (ou enzimas digestivas no corpo), faz com que a caseína forme coágulos ou nódulos - o "queijo". A caseína é responsável por cerca de 80% da proteína total no leite de vaca e no leite de cabra.

[053] Em contraste com a rápida absorção de proteínas do soro de leite, o nódulo gelatinoso de caseína faz com que ela passe muito mais lentamente pelo trato digestivo, fornecendo mais suprimento de aminoácidos "liberado pelo tempo". A lenta entrada dos aminoácidos no sistema significa que eles não podem ser usados com tanta eficiência na construção de proteínas quanto os do soro de leite.

[054] O leite de cabra fornece aproximadamente nove gramas de proteína por xícara, em comparação com aproximadamente oito gramas de proteína por xícara para o leite de vaca. As proteínas para ambos são compostas por aproximadamente 80% de caseína e 20% de soro de leite.

[055] Dos 18 aminoácidos listados no banco de dados nacional de nutrientes do USDA, o leite de cabra contém quantidades maiores do que o leite de vaca de 14 deles. Dos quatro restantes, triptofano, ácido aspártico, ácido glutâmico e glicina, apenas o triptofano é um aminoácido essencial.

[056] Os níveis mais altos de aminoácidos no leite de cabra têm sido associados a vários benefícios à saúde. Por exemplo, o nível mais alto de cisteína foi diretamente implicado no aumento da absorção de cobre em ratos com síndrome de má absorção. No entanto, não é a quantidade de proteína ou aminoácidos no leite de cabra que é o foco da maioria dos benefícios de saúde da proteína do leite de cabra. Pelo contrário, é a diferença na composição das proteínas da proteína do leite de vaca.

[057] O leite de cabra e o leite de vaca compartilham uma grande porcentagem de suas estruturas proteicas. É a pequena porcentagem de proteínas diferentes que tem implicações para os benefícios à saúde. Um estudo nutricional citaram a proteína no leite de cabras como sendo de maior valor nutricional que o leite de vaca, em parte devido à natureza diferente das proteínas, juntamente com as diferentes composições de gordura (MORALES et al. , 2003).

[058] Esse pequeno conjunto de proteínas também tem implicações diretas nas considerações para indivíduos com alergia ao leite de vaca. Parece que a proteína alfa-s1 -caseína, a principal proteína do leite de vaca, é o principal agente ofensivo para pessoas com reações adversas ao leite de vaca. O leite de cabra contém níveis muito mais baixos e algumas cabras produzem leite geneticamente sem alfa-s1 -caseína. Estudos mostram que cerca de 40% das pessoas alérgicas ao leite de vaca são capazes de tolerar o leite de cabra.

[059] Em resumo, a proteína no leite é um nutriente valioso da dieta. As diferenças nas quantidades e estrutura da proteína do leite de cabra, juntamente com os fatores de digestibilidade, proporcionam uma vantagem sobre a proteína do leite de vaca. O teor de gordura do leite, ou lipídio, no leite de cabra varia de 3% a 6%, com variações devido a fatores como raça (pigmeus e núbios geralmente têm o maior conteúdo de gordura láctea), estágio de alimentação e lactação.

[060] Na tabela de nutrientes do USDA para o leite de cabra, observamos que o teor de colesterol no leite de cabra é de 11 g/100 g de leite, um pouco mais alto que as 10 g encontradas no leite de vaca, embora alguns relatórios listem o leite de cabra como tendo menos colesterol que o leite de vaca. A porcentagem de gorduras saturadas no leite de cabra também é análoga à do leite de vaca. Na categoria de ácidos graxos monoinsaturados, conhecidos por estarem associados à saúde cardiovascular, o leite de cabra apresenta quantidades maiores.

[061] Duas qualidades relacionadas aos lipídios na composição da gordura do leite de cabra são muito significativas na diferenciação das qualidades especiais de saúde do leite de cabra. Esses são: as porcentagens de ácidos graxos de cadeia média; e tamanho do glóbulo de gordura.

[062] Os glóbulos de gordura no leite de cabra são menores do que no leite de vaca. Esse tamanho menor, combinado com a falta de aglutinina, uma proteína que faz com que as moléculas de gordura se agrupem e que está presente no leite de vaca, tem várias implicações. Esses dois fatores fazem com que a gordura seja mais uniformemente dispersa no leite de cabra, possui uma textura mais cremosa na boca. A gordura (creme) não se separa facilmente dos ingredientes restantes, fazendo com que o leite permaneça naturalmente homogeneizado.

[063] Teoriza-se que o menor tamanho de glóbulo de gordura, combinado com o fato de que os glóbulos não se aglutinam como no leite de vaca, também contribui para a maior digestibilidade do leite de cabra e a melhor tolerância para indivíduos com certos distúrbios digestivos.

[064] Os TCMs são os lipídios no gráfico de nutrientes de 6:0 a 14:0. Um triglicerídeo é uma combinação de três moléculas de ácidos graxos com uma molécula de glicerol. Os três primeiros desses, 6:0, 8:0 e 10:0, são conhecidos como ácido capróico, caprílico e cáprico, respectivamente. Eles representam 15% do total de gordura do leite de cabra, contra apenas 5% do leite de vaca. São também esses três compostos que dão ao leite de cabra manuseado incorretamente sua característica sabor e cheiro.

[065] Como um todo, o leite de cabra possui aproximadamente duas vezes TCMs do que o leite de vaca - 35% em comparação com 17%. Os TCMs possuem a reconhecida capacidade de fornecer energia sem serem depositados no tecido adiposo do corpo. E, ao mesmo tempo, eles têm os efeitos triplos de: baixar o colesterol; dissolução de depósitos de colesterol; e prevenção de depósitos de colesterol.

[066] Os benefícios de saúde do MCT são amplamente conhecidos pela comunidade médica, que os utiliza como tratamento para uma variedade de condições, incluindo: Síndrome de má absorção; Doenças coronárias; Fibrose cística; Desordens intestinais; Nutrição infantil pré-matura; Cálculos biliares e muitos outros.

[067] Além disso, o conteúdo já sobrecarregado naturalmente do MCT na composição do leite de cabra pode ser aprimorado ainda mais através do simples controle dietético do consumo de ração das cabras. Foi demonstrado que cabras alimentadas com um nível mais alto de forragem para pasto versus concentrados de ração produzem gordura do leite com maiores concentrações de MCT.

[068] As vitaminas do leite podem desempenhar um papel importante no atendimento às necessidades nutricionais diárias. Muitos de nós tomamos suplementos vitamínicos para ajudar a complementar nossas dietas, mas é bem reconhecido que as vitaminas agem sinergicamente e oferecem mais benefícios quando obtidas através de fontes alimentares.

[069] A vitamina A é uma vitamina lipossolúvel que atua como antioxidante e auxilia em uma variedade de funções no corpo. Isso inclui, em parte: visão (particularmente, prevenção da cegueira noturna), metabolismo ósseo, manutenção da saúde da pele e redução do risco de doença cardíaca. A vitamina A é uma das vitaminas mais abundantes no leite. O leite de cabra é uma rica fonte de vitamina A, contendo até 47% a mais do que o leite de vaca. Outra diferença notável é que a vitamina A do leite de vaca é derivada principalmente de seu precursor, o betacaroteno, que empresta uma cor amarelada ao leite, enquanto a vitamina A do leite de cabra está presente na forma de vitamina, em vez de betacaroteno.

[070] A vitamina B consiste em uma família de nutrientes: B1 (tiamina); B2 (riboflavina); B3 (niacina); B5 (ácido pantotênico); B6 (piridoxina); B7 (biotina); B9 (ácido fólico); e B12 (cobalaminas). As vitaminas do complexo B são hidrossolúveis e desempenham um papel importante no metabolismo celular, incluindo a regulação do metabolismo, a manutenção da pele e o tônus muscular saudáveis, melhorando a função do sistema imunológico e nervoso e promovendo o crescimento celular. Quando consumidas em alimentos, as vitaminas B também têm sido associadas a um risco reduzido de câncer de pâncreas, uma das formas mais mortais de câncer. As vitaminas B são outro componente importante da composição geral das vitaminas no leite. Das vitaminas B, o leite de cabra excede significativamente o leite de vaca como fonte de niacina (em 350%) e B6 (em 25%). O leite de cabra é menor, no entanto, em ácido fólico e vitamina B12. Apesar das críticas a essas deficiências, os valores mais baixos são muito mais próximos dos encontrados no leite humano para bebés, do que o leite de vaca. Do restante grupo B, tiamina, riboflavina, ácido pantotênico e biotina, os valores são comparáveis aos do leite de vaca.

[071] As vitaminas do leite fornecem um componente nutricional substancial para nossas dietas. Em comparação com o leite de vaca, o leite de cabra: fornece mais vitamina A e o faz na forma de vitamina, em vez de betacaroteno; possui substancialmente mais niacina e B6; e é mais baixo em fólico ácido e B12.

[072] O leite de cabra é uma boa fonte de cálcio, contendo aproximadamente 13% mais cálcio por porção do que o leite de vaca, tornando-o um dos minerais naturais predominantes no leite. Dentre os benefícios comprovados do cálcio estão: ajuda a proteger contra o câncer de cólon; melhora a capacidade de coagulação do sangue; ajuda a manter a pressão sanguínea saudável; e ajuda a prevenir cãibras / contrações musculares. [073] O fósforo trabalha em conjunto com cálcio e vitamina D para ajudar a construir e manter ossos fortes, mas também desempenha um papel nas atividades do cérebro, rim, coração e sangue. O leite de cabra tem um teor de fósforo mais alto que o leite de vaca.

[074] O zinco funciona como antioxidante e também é importante para um forte sistema imunológico, para a pele saudável e a produção de hormônios. Os níveis de zinco no leite de cabra e vaca são comparáveis.

[075] O sódio no corpo é importante para manter o equilíbrio de fluidos, mas o excesso de sódio tem sido implicado na pressão alta para algumas pessoas. Uma xícara de leite de cabra e leite de vaca fornece cerca de 1/5 da ingestão diária recomendada para adultos, com relatórios variando de qual produto realmente contém mais.

[076] O leite de cabra tem uma vantagem substancial no teor de potássio sobre o leite de vaca, contendo cerca de 134% a mais. O potássio é importante na manutenção de uma pressão sanguínea saudável e na contração muscular. [077] Todo o leite é notavelmente baixo em níveis de ferro, um mineral usado na produção de glóbulos vermelhos e cobre, que é importante para cabelos e pele saudáveis. No entanto, em comparação, o leite de cabra contém mais desses minerais do que o leite de vaca.

[078] O magnésio é particularmente benéfico para o coração, ajudando a manter os batimentos cardíacos regulares, impedindo a formação de coágulos sanguíneos e aumentando os bons níveis de colesterol. Também trabalha com cálcio e vitamina D para manter ossos saudáveis. O leite de cabra tem um teor mais alto de magnésio do que o leite de vaca.

[079] O manganês é provavelmente o menos conhecido dos minerais, mas também tem funções importantes no corpo humano. Juntamente com alguns dos outros nutrientes, é um antioxidante e também complementa a digestão, ajudando o corpo a converter proteínas e gorduras em energia. O manganês também ajuda o corpo a absorver a tiamina, uma das vitaminas do complexo B. O leite de cabra é significativamente mais alto em manganês do que o leite de vaca. [080] O selênio é geralmente aceito como um poderoso nutriente para a prevenção do câncer. Além de sua inclusão em enzimas antioxidantes, também é essencial para ajudar o corpo a produzir seu próprio antioxidante, a glutationa peroxidase. O selênio também fortalece o sistema imunológico e tem um papel importante em manter o coração e os vasos sanguíneos saudáveis. Embora as quantidades de selênio no leite humano, de vaca e de cabra sejam comparáveis, o selênio do leite de cabra tem o dobro da atividade da peroxidase do leite humano e de vaca.

Comparação das propriedades nutricionais entre leite de cabra e leite de vaca

[081] Teor de gordura (lipídios): o leite de cabra é mais rico em gordura total; o leite de cabra é muito mais alto em TCMs, associados a inúmeros benefícios à saúde; o leite de cabra tem um tamanho menor de glóbulo de gordura que melhora a digestibilidade; a gordura do leite de cabra não se acumula, mantendo-a mais homogeneizada e também auxiliando na digestibilidade.

[082] Teor de proteínas: o leite de cabra contém mais proteína por porção; o leite de cabra contém níveis mais altos de aminoácidos essenciais; o leite de cabra contém uma porcentagem de proteínas com estruturas diferentes das proteínas do leite de vaca. Essas diferenças aumentam a digestibilidade da proteína do leite de cabra e causam menos reações alergênicas; o leite de cabra contém uma porcentagem de proteínas com estruturas diferentes das proteínas do leite de vaca. Essas diferenças aumentam a digestibilidade da proteína do leite de cabra e causam menos reações alergênicas; o leite de cabra não contém aglutinina como o leite de vaca, a aglutinina é o que separa a gordura do leite de vaca dos outros componentes; o leite de cabra contém valores muito mais baixos e, em alguns casos, nenhum, da proteína alfa-s1- caseína, esta proteína promove a formação de uma coalhada dura a partir do leite, diminuindo a digestibilidade, é também um alérgeno importante no leite de vaca. [083] Carboidratos: o leite de cabra tem um nível mais baixo de carboidratos, quase todo devido à menor lactose no leite. A incapacidade de digerir a lactose é uma condição comum e o leite com menos lactose é útil para esses indivíduos.

[084] Vitaminas: o leite de cabra fornece mais vitamina A. A vitamina A no leite de cabra não está na forma de betacaroteno, como no leite de vaca. Essa forma diferente de vitamina A é o que torna o leite de cabra mais branco do que o leite de vaca. O leite de cabra fornece substancialmente mais niacina (B3) e B6. O leite de cabra é mais baixo em ácido fólico (B9) e B12. O leite de cabra possui quantidades comparáveis das outras vitaminas.

[085] Minerais: O leite de cabra é mais rico em cálcio, é mais rico em fósforo, tem substancialmente mais potássio, tem mais ferro e cobre, tem mais magnésio, tem substancialmente mais manganês. O selênio no leite de cabra demonstrou ter mais atividade antioxidante. O leite de cabra tem níveis comparáveis de zinco e sódio.

Intolerância à lactose e leite de cabra

[086] A intolerância à lactose e o uso de leite de cabra como tratamento alternativo têm uma longa tradição. Para muitos e até 75% da população mundial, de fato, beber um copo de leite não é um pensamento muito agradável. Essas pessoas sofrem de intolerância à lactose (também conhecida como deficiência de lactase ou intolerância ao leite), a incapacidade de uma pessoa de digerir efetivamente a lactose, comumente chamada de açúcar no leite.

[087] Essa incapacidade de quebrar a lactose é fundamentalmente causada pela falta (ou quantidades insuficientes) de uma enzima normalmente encontrada no intestino delgado conhecida como lactase.

[088] Como a lactose é responsável por até 8% da constituição do leite em peso, as pessoas com deficiência de lactase geralmente devem abster-se de leite e produtos lácteos ou complementar suas dietas com lactase antes de comer ou beber produtos lácteos.

[089] Como a lactose permanece em todo o seu estado, em vez de ser degradada pela lactase, ela se acumula no intestino. As bactérias intestinais, em seguida, digerem em um processo que produz uma grande quantidade de gás. Isso resulta nos sintomas típicos: gás intestinal excessivo; cólica abdominal; inchaço, náusea e diarreia.

[090] A intolerância ao leite não é uma condição perigosa ou com risco de vida, mas pode ser muito inconveniente e desconfortável. E, como os produtos lácteos são a principal fonte alimentar de nutrientes importantes, as pessoas intolerantes à lactose geralmente precisam buscar ativamente uma fonte suplementar ou outra fonte de alimento para substituí-los.

[091] Felizmente, a condição é raramente vista em bebés, que dependem do leite como alimento principal durante o primeiro ano de vida. Após os 2-3 anos de idade, no entanto, as crianças podem começar a demonstrar os sintomas clássicos - o resultado direto de uma diminuição da produção da enzima lactase.

[092] A incapacidade de produzir lactase é principalmente uma condição hereditária. Observou-se que as culturas associadas a uma história mais longa da pecuária leiteira têm menor incidência de intolerância à lactose do que as culturas nas quais a pecuária leiteira não é uma tradição de longa data. Em particular, as populações de judeus afro-americanos, americanos nativos, americanos mexicanos e asquenazes têm as maiores incidências, enquanto as pessoas de herança europeia do norte parecem ser o grupo menos afetado. Um artigo do Serviço de Notícias da Universidade de Cornell relata os resultados de um estudo sobre as associações de geografia e cultura com a incidência de intolerância à lactose nas populações.

[093] Além do fator hereditário, doenças intestinais em adultos, como a doença celíaca, também podem resultar na produção insuficiente de lactase. Material de revestimento

[094] Dependendo das características do material a ser submetido ao processo de secagem por atomização, deve-se ser escolhido o material de revestimento adequado, aqui apresentados como os adjuvantes de secagem (GHARSALLAOUI et ai, 2007; SOUSA et ai, 2015).

[095] Alguns produtos como o leite, por exemplo, quando submetidos a processo de secagem por atomização, não necessitam da adição de adjuvantes de secagem, pois as próprias proteínas e lactose do leite agem como material de revestimento, em que neste caso as proteínas agem emulsionando e formando filme, e os carboidratos provém a formação de uma estrutura cristalina. Em outros casos, há-se a necessidade do emprego de adjuvantes de secagem, para auxiliar e melhorar a eficiência do processo de secagem (GHARSALLAOUI et ai, 2007).

[096] Portanto, a escolha do material de revestimento para o micro encapsulamento é muito importante para a eficiência do encapsulamento e a estabilidade da microcápsula. Dentre os critérios para selecionar o material de revestimento pode-se citar propriedades físico-químicas como solubilidade, peso molecular, cristalinidade, difusibilidade, reologia e custo (SOUSA et ai, 2015).

[097] Dentre os materiais comumente utilizados podem-se citar as Gomas, que são usadas pelas propriedades formadoras de filme e emulsão, dentre as quais a goma arábica é a mais utilizada, principalmente para encapsulação de lipídeos em geral. Proteínas também são utilizadas, onde o caso mais comum de uso é o de encapsulamento de proteínas do leite (ou whey) e gelatina. Carboidratos, como amidos e maltodextrinas, vêm popularmente sendo utilizados como material de encapsulamento. As maltodextrinas em particular, provém boa proteção oxidativa e estabilidade, embora não seja recomendado para secagem de emulsões ou retenção de óleos (GHARSALLAOUI et ai, 2007). [098] As maltodextrinas são amidos comerciais hidrolisados classificadas com base no Equivalente de Dextrose, dextrose equivalente (DE). São por definição, amidos hidrolisados de fórmula geral [(C6Hio05) n* H20], que consistem em unidades de a-D-glicose ligadas primariamente por ligações glicosídicas (1 4) com um DE igual ou inferior a 20 (SOUSA et ai, 2015). Esta grandeza é definida através do percentual de açúcar redutor em um xarope calculado como relação à dextrose em peso-seco (GHARSALLAOUI et al., 2007). As maltodextrinas são finalmente, então, designadas como materiais possuindo DE entre 3 e 20. Elas são, desta forma, essencialmente um elo, em termos de tamanho e peso molecular, entre açúcar e amido (KENNEDY 1995; SOUSA et ai, 2015). O DE reflete em poder Redutor (Oxirredução) que desta forma, indica estabilidade e funcionalidade (KENNEDY; KNILL; TAYLOR, 1995). A maltodextrina vem sendo amplamente utilizada na Tecnologia de Alimentos (ANSELMO et ai, 2006; CÁRDENAS; VELÁSQUEZ; ÁVILA, 2015; SOUZA et ai, 2015).

[099] Os repositores baseados em maltodextrinas vêm sendo amplamente utilizadas adicionadas as fórmulas ou como insumo visto que podem conter cinco vezes mais calorias do que os repositores que contenham glicose. Suas características de rápida absorção gástrica pois até o início do exercício, a glicose torna-se prontamente disponível, sendo rapidamente absorvida, liberada para a circulação sanguínea e oxidada pelos músculos com alta eficiência (LEITE; ROMBALDI, 2013).

[100] Observando o mercado de repositores energéticos como exemplo, atletas de diversas modalidades vêm adotando o uso de maltodextrinas para garantir o bom preparo pós-treino, com o intuito de garantir saldo energético para atividades físicas de alta intensidade. A ingestão de repositores carboidratados potencializa os efeitos adaptativos do treinamento pela manutenção do condicionamento físico e supercompensação de substratos (LEITE; ROMBALDI, 2013).

[101] A maltodextrina vem ganhando destaque também com sua aplicação na área de alimentação hospitalar (SOOP et ai, 2001). Nas últimas décadas tem se testemunhado esforços para adequar condutas operatórias baseado em estudos, que mostraram que a redução do tempo de jejum pré-operatório de seis a oito horas para duas horas, aliada à ingestão de líquidos claros carboidratados, não resultaram em aumento do risco de bronco-aspiração do conteúdo gástrico associado à anestesia, mas como também diminuiu a resposta orgânica, a resistência insulínica, o estresse cirúrgico e ainda, melhorou o bem estar dos pacientes (DOCK-NASCIMENTO et ai, 2012).

[102] Na realização da busca de anterioridade através da ferramenta “Google”, com os indexadores “água de coco” e “leite de cabra”, foram encontrados 15 resultados, sendo que nenhum continha informação sobre os dois produtos em conjunto. Já na língua inglesa, com os indexadores “coconut water” e “goat milk”, foram encontrados quatro resultados.

[103] O primeiro resultado refere-se a uma fórmula infantil “caseira” para preparação de uma mamadeira de 240 ml contendo: leite de cabra (90 ml), água de coco (60 ml), água (90 ml), óleo de coco (1 colher sopa), vitaminas infantis e probióticos (opcionalmente) (https://lifestylehealth.co.za/homemade-baby- formula/).

[104] O segundo resultado refere-se a um substituto lácteo com água de coco para filhotes de cães contendo: água de coco (1 unidade), gema de ovo (1-2 unidades), leite em pó (de vaca ou de cabra; 2 colheres de sopa dissolvidas em 200 ml de água), e iogurte natural (1-3 colheres de sopa) (https://pethelpful.com/dogs/best-puppy-milk-replacer).

[105] O terceiro resultado refere-se à preparação da bebida fermentada conhecida como kefir, feita principalmente com leite de vaca, mas podendo ser preparada com “leite de arroz”, leite de cabra, leite de coco ou água de coco. Não fazendo menção do leite de cabra e água de coco na mesma preparação (https://www.ndtv.com/health/trying-to-reduce-belly-fat-this -probiotic-drink-may- help-you-kefir-1915895).

[106] O quarto resultado refere-se à preparação de sabão em barra contendo: óleo de amêndoas doce, óleo de coco, azeite de oliva, óleo de gérmen de trigo, óleo de aloe vera, óleo de mamona, água de coco, leite de cabra, hidróxido de sódio, proteína da seda, e D-pantenol (https://www.etsy.com/dk- en/listing/269575109/unscented-coconut-water-goat-milk-solid ).

[107] No âmbito patentário, pelo site do INPI, não foram identificados resultados com os indexadores “água de coco” e “leite de cabra”. De forma isolada, foram identificados 109 resultados para “água de coco” e 10 resultados para “leite de cabra”. Já pelo site Espacenet, não foram identificados resultados com os indexadores “água de coco” e “leite de cabra”. De forma isolada, foram identificados 14 resultados.

[108] Além das patentes depositadas decorrentes das pesquisas do inventor José Ferreira Nunes e sua equipe de pesquisadores: PI0203590-1 (Meio de conservação de células espermáticas e processo de obtenção de fração constituinte do meio de conservação de células espermáticas); PI0401254-2 (Beneficiamento do líquido endospérmico do coco para produção de água de coco em pó (ACP); PI 0505920-8 (Composição cicatrizante, uso de água de coco desidratada e uso da composição); PI 1002346-1 (Processo de obtenção de água de coco desidratada e produto resultante); PI1009940-9 (Processo de re-diluição de sémen bovino); PI1010496-8 (Processo de obtenção de adjuvante para vacinas aviárias); PI1005032-9 (Processo de obtenção de meio de manutenção e crescimento celular, meio obtido, e, método de cultivo de células); PI1100032-5 (Processo de diluição e preservação de sémen de canídeos); PI1101610-8 (Meio de diluição de sémen canídeo e processo de preservação do mesmo); 0000221010886023 (Processo de produção de meio de cultivo e isolamento de bactérias, meio de cultivo e isolamento e método de cultivo e isolamento); PI1106369-6 (Processo de colheita, diluição e conservação de sémen aviário, diluente de sémen aviário e, processo de fertilização); 0000221101437558 (Meio de diluição de sémen canídeo e processo de preservação do mesmo); BR1020140167544 (Processo de criopreservação de sémen de mamíferos e diluente de sémen com produtos naturais); BR1020150194579 (Desenvolvimento de meio de cultura à base de água de coco em pó no processo de diluição e criopreservação de sémen humano); BR102016602838 (Composição para a reidratação durante o exercício de atletas e método de obtenção); BR1020170141734 (Solução de água de coco desidratada, processo de obtenção e seu uso para a preservação de órgãos e tecidos); BR1020170276686 (Processo para a produção de filmes a partir de blenda polimérica de água de coco em pó em matriz de galactomanana de Caesalpinia pulcherrima, uso de filmes de blenda polimérica para tratamento de osteorradionecrose); BR1020170239764 (Formulação para alimentação hospitalar e uso da formulação); BR1020170240991 (Cicatrizante, uso de produtos derivados do coco e uso da composição); BR10201900771 (Uso de solução à base de água de coco desidratada para a preservação de rins de mamíferos).

[109] Do que se depreende da literatura pesquisada, não foram encontrados documentos antecipando ou sugerindo os ensinamentos da presente invenção, de forma que a solução aqui proposta ao olhar dos inventores possui novidade e atividade inventiva frente ao estado da técnica.

[1101 Com o intuito de solucionar tais problemas desenvolveu-se a presente invenção referente a um composto lácteo de água de coco e leite de cabra na forma desidratada para utilização na alimentação de pessoas e animais.

[111] É um dos objetos da presente invenção a desidratação da mistura água de coco e leite de cabra de forma a garantir que o pó resultante seja padronizado e estabilizado, apresentando potencial para a elaboração de inúmeros produtos, mantendo todos os constituintes originais por tempo mais prolongado.

[112] Segundo a presente invenção, o processo de obtenção do composto lácteo de água de coco e leite de cabra segue as seguintes etapas:

[113] (a) Coleta seletiva dos cocos: a coleta dos cocos é realizada direto das palmeiras (coqueiros) e são coletados nos cultivares no final do dia e transportados à noite; os frutos com 150 a 180 dias de frutificação, preferencialmente da variedade anã verde, são identificados quanto ao cacho de que provêm; os cocos são, preferencialmente, provenientes de plantações em condições edafoclimáticas, bem como de adubação e irrigação similares, por sistema de micro aspersão, onde cada coqueiro, individualmente, recebe a mesma quantidade de água todos os dias, além de serem livres de pragas.

[114] (b) Seleção parametrizada: um amostra (coco) de cada coqueiro, do cacho com idade de frutificação entre 150 e 180 dias, é avaliado quanto ao grau Brix (sólidos totais) da água de coco, que deve apresentar valores compreendidos entre 4,2 e 6,8.

[115] (c) Recepção e higienização dos cocos selecionados: após a seleção individual dentro dos cultivares, os cocos são levados em gaiolas por veículos de transporte até a unidade fabril ou de processamento; os cocos são descarregados e conduzidos até um tanque de higienização com água potável clorada.

[116] (d) Abertura dos cocos para obtenção do endosperma líquido do coco: a abertura dos cocos pode ser realizada de forma manual ou automática, de forma asséptica e eficiente, sendo o líquido extraído coletado para um tanque de armazenamento.

[117] (e) Obtenção do leite de cabra: cabras leiteiras saudáveis tem seus úberes higienizados e são ordenhadas diariamente; o leite é acondicionados em latões/botijões com tampa apropriados e transferidos imediatamente após a ordenha e em temperatura ambiente a outro local para beneficiamento, porém os padrões de qualidade com relação às análises físico-químicas e microbiológicas do leite deverão estar de acordo com a legislação vigente do Ministério da Agricultura.

[118] (f) Estocagem do leite de cabra: poderá ser realizada mediante congelação e com manutenção da temperatura a -18 °C (devendo atingir essa temperatura no menor tempo possível) ou em refrigeração até temperatura igual ou inferior a 4 °C, num período de tempo não superior a duas horas após o término da ordenha.

[119] (g) Transporte do leite de cabra: o transporte da dependência da ordenha até o beneficiamento, seja no mesmo local ou em local distante, deve obedecer à legislação vigente do Ministério da Agricultura, tanto para acondicionamento como para temperatura. Os latões/botijões no tanque de transporte devem ter sido previamente limpos com água morna, preferencialmente, detergente neutro ou água sanitária e escovas apropriadas e o enxagúe deve ser realizado com água em abundância. Após a lavagem os latões/botijões devem ser deixados com a boca para baixo para escoamento da água.

[120] (h) Chegada do leite na unidade de beneficiamento/secagem: o leite refrigerado, em temperatura de até 4 °C, é adicionado ao tanque de armazenamento, manualmente ou através de tubulações.

[121] (i) Homogeneização da mistura: em um tanque de homogeneização a mistura de água de coco e leite de cabra é preparada, preferencialmente na proporção 50/50, onde poderão ser acrescidos coadjuvantes de processo, tais como: dextrinas (amilina, goma artificial, goma de amido, goma inglesa, goma vegetal), amidos modificados quimicamente (acetato de amido, adipato dediamido acetilado, amido oxidado, amido tratado por ácido, fosfato de diamido, fosfato diamido acetilado), amidos naturais, amidos modificados por via física ou enzimática (maltodextrina), acidulantes (ácido cítrico, ácido fumárico, ácido láctico, ácido málico, ácido tartárico), antioxidantes (ácido ascórbico, ácido cítrico, ácido isoascórbico, EDTA - ácido dissódico), espessantes (lecitinas), aromas (aroma natural, aroma natural reforçado, aroma reconstituído, aroma imitação, aroma artificial), conservadores (ácido benzoico e seus sais de sódio, cálcio e potássio, ácido ascórbico e seus sais de sódio, potássio e cálcio, dióxido de enxofre), agentes tamponantes (bicarbonatos, carbonatos, citratos, cloretos, lactatos, ortofosfatos, sulfatos de cálcio, magnésio, sódio, lítio e potássio). O acréscimo de outros produtos, como no caso os coadjuvantes não ultrapassa 50% do produto, mas preferencialmente até 20%, variando esse percentual com as características organolépticas de cada lote de produto.

[122] (j) Pasteurização: a mistura é conduzida por tubulações até o pasteurizador em tempo e temperatura preconizadas pela legislação do Ministério da Agricultura. [123] (k) Manutenção da mistura: após a pasteurização, a mistura é conduzida por tubulações até um tanque de homogeneização refrigerado com temperatura de até 15 °C.

[124] (I) Em uma realização preferencial o processamento de desidratação da mistura água de coco e leite de cabra é realizado em equipamento Spray Drying. A mistura é bombeada do tanque de homogeneização refrigerado para a torre de secagem e o produto sofre o processo de atomização, passando rapidamente do estado líquido para o sólido através de um sistema combinado de fluxo de bombeamento, vácuo e temperatura.

[125] (m) Em uma realização preferencial a umidade final do produto obtido não ultrapassa 3%.

[126] É certo que quando o presente invento for colocado em prática poderão ser introduzidas modificações no que se refere a certos detalhes de construção e forma, sem que isso implique afastar-se dos princípios fundamentais que estão claramente substanciados no quadro reivindicatório, ficando assim entendido que a terminologia empregada teve a finalidade de descrição e não de limitação.

[127] Um outro objetivo da presente invenção é a formulação de um composto lácteo a partir de dois ingredientes já conhecidos no mercado, a água de coco em pó (ACP) e o leite de cabra em pó.

[128] Mistura dos pós: em um recipiente adequado, a água de coco em pó (ACP) e o leite de cabra em pó (LCP) serão homogeneizados, preferencialmente na proporção 50/50, momento em que poderão ser acrescidos ingredientes para a suplementação nutricional do produto (fontes de proteína animal ou vegetal, ácidos graxos, minerais, vitaminas), bem como quaisquer das substâncias aprovadas pelo Ministério da Agricultura dentre as categorias de aroma, antioxidante, antiumectante, conservante, emulsificante, espessante, e estabilizante.

[129] Após a mistura da ACP e do LCP, poderá haver ainda a adição de água potável e agente gelificante, na preparação de produtos na forma pastosa. [130] Também é objetivo da presente invenção o processo de reconstituição do Composto Lácteo em pó à base de água de coco e leite de cabra, reconstituindo a uma porção de 200 ml, visando atender a legislação vigente.

[131] Em uma realização preferencial a taxa de diluição média é de 1:4 (água de coco e leite de cabra desidratados: água potável).

[132] A FIGURA 1 representa o quadro comparativo de composição nutricional da água de coco em pó, do leite de cabra, do leite materno e do composto lácteo objeto da presente invenção (ACP Lacte).