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Title:
ASSEMBLY COMPRISING A SHEET OF TRANSLUCENT NATURAL ROCK FOR USE AS A DECORATIVE COATING, AND PRODUCTION DEVICE AND METHOD
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2023/193079
Kind Code:
A1
Abstract:
The present patent of invention relates to a new type of decorative coating consisting of an assembly comprising as its main element a sheet of natural translucent rock (LR) intercalated with polarised films (PP) which, when exposed to a source of light (FL), produce optical phenomena in the minerals contained in the sheet, displaying unusual colours, effects and textures to an observer. The device includes a grinding device (DDD) provided with: conveyor belts (EST); a plurality of horizontal sliders (PAH), preferably with a flange, which are attached under the conveyor belt (EST) and help to support the support grid (PS); and a plurality of grinding modules (MD) that produce said sheets of natural translucent rock.

Inventors:
SILVA MARCELO FAVORETO (BR)
Application Number:
PCT/BR2023/050113
Publication Date:
October 12, 2023
Filing Date:
April 05, 2023
Export Citation:
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Assignee:
SILVA MARCELO FAVORETO (BR)
International Classes:
B24B29/06; B24B1/00; B28D1/00; G02B27/28
Foreign References:
PT101830A1997-09-30
IT1212129B1989-11-08
CN105798754A2016-07-27
US3649100A1972-03-14
US7982955B22011-07-19
US7967443B22011-06-28
CN1119675A1996-04-03
JP2006221090A2006-08-24
KR20180117006A2018-10-26
CN107839074A2018-03-27
Attorney, Agent or Firm:
SILVA, Eduardo Pereira Da (BR)
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. “REVESTIMENTO DECORATIVO” com aplicação no setor de rochas ornamentais caracterizado pelo revestimento decorativo (RD) ser composto pelos seguintes elementos em sequência, película polarizada (PP), lâmina de rocha sustentada (LRS) formada pela união da chapa de sustentação (CS) transparente e lâmina de rocha (LR), película polarizada (PP) e chapa de proteção (CP) transparente, alternativamente pode- se utilizar duas chapas de proteção (CP), como primeiro e último elemento, fazendo uso de um adesivo incolor translúcido, ou similar, para unir todos os componentes do revestimento decorativo (RD);

2. “REVESTIMENTO DECORATIVO”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo tipo de chapa de rocha (CR) transformado em lâmina de rocha (LR) seja composto em partes ou totalmente por minerais anisotrópicos, apresente espessura de lâmina delgada o suficiente para que os minerais anisotrópicos constituintes da rocha se tornem translúcidos, e que a lâmina apresente dimensões suficientes para que o revestimento decorativo (RD) atenda seu uso designado.

3. “REVESTIMENTO DECORATIVO”, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo revestimento decorativo (RD) apresentar diversos formatos geométricos, a depender do tipo e formato de objeto no qual o referido revestimento for aplicado.

4. “PROCESSO DE PREPARO PARA PRODUÇÃO DE LÂMINA DE ROCHA NATURAL TRANSLÚCIDA APLICADA COMO REVESTIMENTO DECORATIVO” que permite que a chapa de rocha (CRO) tenha sua espessura reduzida para uma escala micrométrica, sem se desfazer ao ser retirada da máquina, caracterizado por, antes do processo de desbaste, a chapa de rocha (CRO) ser fixada, através de uma cola incolor, a uma chapa de sustentação (CS) translúcida, podendo-se fazer uso de materiais como plástico, acrílico, vidros, ou equivalentes e podendo ter propriedades tanto flexíveis como rígidas.

5. “DISPOSITIVO PARA PRODUÇÃO DE LÂMINAS DE ROCHA NATURAL TRANSLÚCIDA” utilizado no desbaste de chapas de rocha (CRO), caracterizado pelo dispositivo de desbaste (DDD) ser dotado de uma pluralidade de vigas de sustentação verticais (SV), metálicas, e dotado de uma pluralidade de vigas de sustentação horizontais (SH), metálicas, que se conectam através de parafusos ou, alternativamente, solda, formando uma estrutura; dotado de esteiras transportadoras (EST), preferencialmente poliméricas, por correia ou similar, fixadas paralelamente às vigas de sustentação horizontais (SH) superiores de maneira que a esteira (EST) seja capaz de movimentar a grade de sustentação (PS) através dos módulos de desbaste (MD); dotado de um fuso de bancada avanço (FBA), metálico, com comprimento variável de acordo com o número de módulos de desbaste (MD), conectado em uma de suas extremidades ao manipulo volante esteira (MVE), genérico, opcionalmente pode ser conectado a um motor da esteira; dotado de grade de sustentação (PS), polimérico ou metálico, de formato retangular com dimensões que acomodam a chapa de rocha (CRO) a ser desbastada, que está apoiado sobre as esteiras (EST) e dos patins horizontais (PAH); dotado de uma pluralidade de patins horizontais (PAH), preferencialmente com aba, fixados abaixo da esteira (EST), auxiliando a amparar a grade de sustentação (PS); e é dotado de uma pluralidade de módulos de desbaste (MD) posicionados de forma ortogonal ao sentido do fluxo esteira (EST), acima da estrutura formada pelas vigas de sustentação verticais (SV) e vigas de sustentação horizontais (SH);

O módulo de desbaste (MD) conter um regulador de altura (RA), preferencialmente metálico, conectado extremidades superiores das vigas de sustentação vertical (SV) inferiores; conter um motor (MT), trifásico ou similar, fixado às vigas de sustentação vertical (SV), acima da viga de sustentação horizontal (SH); conter uma polia (PO), polimérico ou metálico, preferencialmente com um canal em sua circunferência condizente com uma correia (CR), fixado ao eixo de rotação do motor (MT); conter uma polia menor (POM), metálica, de menor diâmetro que a polia (PO), com um fator de aumento de velocidade de 3:1 ou superior, conectado a uma das extremidades do eixo abrasivo (EA) e ligado à polia (PO) através de uma correia (CR); conter uma estrutura (EMD), composta por uma pluralidade vigas metálicas que formam uma geometria retangular e com pernas perpendiculares à seus vértices, fixada acima da viga de sustentação horizontal (SH) superiores; conter eixo abrasivo (EA), preferencialmente metálico, que passa pelo centro da circunferência de face do abrasivo (AB), ligado em uma de suas extremidades à polia menor (POM), e fixado e sustentado por dois mancais (MA); conter abrasivo (AB), natural ou sintético, de formato cilíndrico e permutável de acordo com o acabamento necessário; conter placas estruturais (PE), metálicas, com formato de chapas retangulares, que é fixado de maneira centralizada ao mancai (MA), fixado ao bloco (BM) em sua face contraria ao mancai fixado na extremidade oposta do motor (MT) e fixado a dois reforços (RE) paralelos de forma perpendicular a sua face; conter duas placas estruturais (PE), metálicas, que sustentam os mancais (MA), posicionadas nas extremidades dos reforços (RE); conter uma pluralidade de guias lineares (GL), comuns, com suas partes moveis posicionadas nas extremidades das placas estruturais (PE) e sua guia fixa posicionada na parte vertical da estrutura (EMD); conter um bloco (BM), maciço e metálico, poligonal com um orifício passante e roscado internamente em sua face superior e uma face frontal com dimensões adequadas para auxiliar na sustentação dos parafusos do mancai (MA), fixado à placa estrutural (PE) de forma que o furo passante fique na vertical; conter um fuso trapezoidal (FT), convencional, preferencialmente com passo de 4mm ou inferior, rosqueado ao orifício passante do bloco (BM), com uma de suas extremidades fixada ao manipulo volante de altura (MVA) e com sua rotação sustentada à dois mancais (MA); conter um manipulo volante de altura (MVA), metálico ou polimérico, convencional, fixado à extremidade superior do fuso trapezoidal (FT).

6. “DISPOSITIVO PARA PRODUÇÃO DE LÂMINAS DE ROCHA NATURAL TRANSLÚCIDA”, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pela determinação precisa da altura do eixo abrasivo (EA) através do uso de relógios comparadores, medidores de precisão elétricos ou de um manipulo volante com medidas analógicas, podendo ser embutidos diretamente ao dispositivo de desbaste (DDD).

7. “DISPOSITIVO PARA PRODUÇÃO DE LÂMINAS DE ROCHA NATURAL TRANSLÚCIDA”, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado por módulos de desbaste (MD) poderem ser adicionados ao dispositivo de desbaste (DDD) de acordo com a necessidade.

8. “DISPOSITIVO PARA PRODUÇÃO DE LÂMINAS DE ROCHA NATURAL TRANSLÚCIDA” de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pela chapa de rocha (CRO) passar sequencialmente por todos os módulos de desbaste (MD), tendo sua espessura reduzida gradualmente para evitar a danificar a lâmina de rocha (LR). 9. “DISPOSITIVO PARA PRODUÇÃO DE LÂMINAS DE ROCHA NATURAL

TRANSLÚCIDA” de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pela granulometria dos abrasivos (AB) aumentar sequencialmente, assim como a profundidade do desbaste ser reduzida, ao passar por cada modulo abrasivo (MR), de forma que o processo de desbaste e polimento ocorra em um único processo, reduzindo a necessidade de retrabalho.

10. “CONJUNTO COM LÂMINA DE ROCHA NATURAL TRANSLÚCIDA APLICADO COMO REVESTIMENTO DECORATIVO” caracterizado pela aplicação de lâminas petrográficas no setor de rochas ornamentais como revestimento.

Description:
CONJUNTO COM LÂMINA DE ROCHA NATURAL TRANSLÚCIDA APLICADO COMO REVESTIMENTO DECORATIVO E DISPOSITIVO E PROCESSO DE PRODUÇÃO

Campo da invenção

Refere-se a presente patente de invenção a um novo tipo de revestimento decorativo, que consiste em um conjunto que tem como elemento principal uma lâmina de rocha natural translúcida, interposta por películas polarizadas que ao serem submetidas a uma fonte de luz, exibem fenômenos óticos nos minerais contidos nesta lâmina, proporcionando ao observador, cores, efeitos e texturas incomuns. Revela-se, também, um dispositivo para produção das lâminas de rocha naturais translúcidas utilizadas, com aplicação no campo técnico da construção civil, arquitetura e design de interiores, mais especificamente, no setor de rochas ornamentais. O dispositivo proposto possibilita a produção de lâminas de rocha translúcidas em larga escala e de grandes dimensões, podendo ser modificado dependendo da finalidade do produto. Inclui-se, também, o processo preferível para transformar o conjunto com lâmina de rocha natural translúcida em um revestimento decorativo.

Fundamentos da invenção

Como é de conhecimento dos meios técnicos na área de petrologia, o efeito óptico da birrefringência, confere cores e texturas incomuns aos minerais presentes em uma lâmina de rocha, ao ser observada por um microscópio de polarização por luz transmitida, também conhecido como um microscópio petrográfico, permitindo a identificação dos minerais com base em seu arranjo cristalográfico. E a anisotropia óptica é uma característica cristalográfica de certos minerais, onde as propriedades físicas de seu arranjo cristalográfico se tornam diferentes, a depender da direção em que são analisados.

Cada tipo de mineral, com propriedades anisotrópicas, submetidos a este jogo de luz polarizada terá um comportamento único de cor, textura e outras características técnicas, devido ao fenômeno chamado pleocroísmo. Este fenômeno, então, possibilita a análise de propriedades e composições de diferentes tipos de rocha, sendo comumente utilizado no ramo acadêmico.

O setor de Rochas Ornamentais compreende a um amplo ramo industrial, que, em sua essência, utiliza qualquer material pétreo como revestimento, exercendo sua função estética e/ou estrutural de uma obra de construção civil. A cadeia de produção de uma rocha ornamental é complexa, e engloba uma gama de variedades de materiais rochosos, diferentes métodos de extração, formas de beneficiamento e formatos de seu produto. Características que variam de acordo com cada região do mundo, tendo em vista a disponibilidade mineral, o acesso à tecnologia de extração e beneficiamento e a demanda da construção civil. Porém, o método de extração, beneficiamento e comercialização mais utilizado em todo planeta, incluindo o Brasil como uma das principais potências mundiais neste setor, é a extração mineral de rochas maciças em formato de blocos paralelepipédicos, para posterior desdobramento em chapas, comumente de 2 cm a 3 cm de espessura, onde essas chapas passam por um processo de polimento e se tornam aptas seguirem para a última etapa de beneficiamento, que compreendem a indústrias com maquinários específicos que transformam estas chapas em pisos, bancadas, pias, fachadas etc., chegando ao produto final empregado na construção civil.

Com o intuito de melhor definir o estado da técnica, realizou-se buscas em bancos de patentes nacionais e internacionais, encontrando-se as seguintes anterioridades relevantes.

O modelo de utilidade Brasileiro MU9102694U2, intitulado “Processo produtivo de chapas de rochas ornamentais com 7 mm (sete milímetros) de espessura”, descreve um método que faz uso de fios diamantados para realizar o corte de blocos de rocha em pequenas espessuras. Ao imobilizar-se o bloco de rocha, um tear de fio diamantado faz o corte uma primeira vez, o bloco é então imobilizado novamente e um segundo corte é feito entre os cortes iniciais, possibilitando a produção de chapas com espessuras de 7mm. O processo proposto pelo modelo MU9102694U2 faz uso de uma máquina de tear de fio diamantado e requer que o bloco seja preso novamente após um primeiro corte, reduzindo a eficiência, o diâmetro das chapas obtidas não é suficiente para que lâminas petrográficas sejam produzidas, para a execução do processo proposto pelo modelo faz- se necessário o uso de um tear de fio diamantado, sendo completamente diferente do proposto.

Patente portuguesa PT101830B, intitulada “Polidora com cilindros para polimento de pedras ornamentais”, descreve uma máquina que é constituída por um tapete rolante sobre o qual se colocaram cilindros cujos eixos são perpendiculares ao centro das bases e paralelos à tela de transporte. As chapas de pedra ornamental transportadas pela tela de transporte entram em contacto com a parte inferior dos cilindros, sendo o primeiro de desbaste e os últimos de polimento ao mesmo tempo que os tubos perfurados jorram água para a superfície de contacto de cada cilindro com a pedra.

O principal objetivo do dispositivo proposto pela patente PT101830B é realizar o desbaste e polimento de rochas ornamentais voltadas para o uso de construção civil, ou seja, o desbaste e o polimento não são realizados com a grande precisão necessária para produção de lâminas petrográficas, que devem possuir diâmetros inferiores a 1 mm.

Modelo de utilidade chinês CN204855236U, intitulado “Modelo de máquina lixadeira para petrografia de carvão”, revela um dispositivo inteligente, que lixa e prepara amostras petrográficas para testes laboratoriais. O dispositivo é automático e faz uso de um polidor rotativo que possibilita o preparo de 3 amostras em sucessão.

Patente chinesa CN106769332A, intitulada “Equipamento de processamento de amostra multifuncional e método de uso”, revela um dispositivo de corte para amostras petrográficas em que a amostra é fixada sob um mecanismo de controle, o corte é realizado no caminho definido pelo mecanismo de posicionamento, realizando assim o processamento rápido e preciso das amostras experimentais de tamanhos diferentes.

O modelo de utilidade CN204855236U e a patente CN106769332A, ambas chinesas, apresentam dispositivos para auxílio de análises laboratoriais em que as amostras experimentais produzidas possuem dimensões pequenas, geralmente inferiores a 20 cm 2 . Diferente do dispositivo proposto pela presente patente, que pode produzir lâminas petrográficas com áreas superiores a 1 m 2 .

Patente americana US3649100A, intitulado “Unidade de projetor de slide polarizador”, revela um projetor que faz uso de slides de lâminas petrográficas de rocha e de um suporte de polarização adaptado para ser posicionada no sistema de luz de um projetor de slides convencional para projetar uma imagem da lâmina de rocha em uma superfície de tela de projeção. Os slides são formados por lâminas petrográficas entre dois painéis de filtro de polarização posicionados com eixos de polarização mutuamente cruzados em relação ao outro.

O dispositivo proposto pela patente US3649100A tem foco de uso principal para a área acadêmica, facilitando a análise de uma mesma amostra por diversos indivíduos ao mesmo tempo, a montagem do dispositivo é direcionada para slides de pequeno porte, que podem ser encaixados em projetor, diferente do dispositivo da presente patente, que utiliza e produz lâminas petrográficas, com possíveis grandes dimensões, para fins decorativos.

O objetivo principal do dispositivo da presente patente é desbastar, ou seja, tornar menos espessa, uma chapa de rocha ornamental, de forma homogênea, na espessura desejada e com precisão micrométrica. Possibilitando com que os padrões naturais de rocha observados na petrografia sejam utilizados no setor de rochas ornamentais, propiciando a produção, em escala industrial, de lâminas de rocha e as utilizando como um revestimento decorativo. As lâminas produzidas, são interpostas por películas polarizadas, e podem abordar diversas variações de materiais e características técnicas, que estão diretamente associadas a aplicação do produto final.

“CONJUNTO COM LÂMINA DE ROCHA NATURAL TRANSLÚCIDA APLICADO COMO REVESTIMENTO DECORATIVO E DISPOSITIVO E PROCESSO DE PRODUÇÃO” objeto da presente patente, foi desenvolvido para superar a desvantagem do pequeno porte da produção de lâmina petrográficas e torna-las aptas para uso como revestimento, trazendo a vantagem de ser modular, de fácil manutenção e operação, produção de lâminas com diversas possibilidades de tamanho e o uso inédito de lâmina petrográficas no setor de rochas ornamentais. As anterioridades apresentam os seguintes problemas e insuficiências técnicas que foram resolvidos pelo presente invento mostrados na sequência: a. Dos dispositivos apresentados no estado da técnica, nenhum é apto a produzir lâminas petrográficas de grande porte, sendo restritos a pequenas amostras laboratoriais que, geralmente, são analisados em microscópios. Resolvido pelo dispositivo proposto fazendo uso de diversos êmbolos em série para realizar o polimento. b. As lâminas petrográficas produzidas pelos dispositivos propostos pelo estado da técnica são utilizadas estritamente como corpo de prova para análises laboratoriais, suprindo apenas a produção necessária para pesquisa, ou seja, sua escala de produção é reduzida devido à finalidade de seu uso. Resolvido pelo dispositivo proposto através de suas dimensões customizáveis, em que o processo é realizado de maneira continua e autônoma. c. Observa-se que, dentro das opções de máquinas e tecnologias atualmente disponíveis no campo de rochas ornamentais, nenhuma apresenta a capacidade de cortar ou polir chapas de rocha com espessuras inferiores a 1 mm, a maioria da produção destinada ao desdobramento de blocos em chapas, para posterior beneficiamento e emprego no setor da construção civil, tendo como produtos finais pias, mesas, bancadas, etc. Resolvido pelo novo processo desenvolvido, em que a rocha a ser desbastada é colada em uma chapa de sustentação. d. Dos dispositivos presentes no estado da técnica que fazem o desbaste de rochas com a finalidade de suprir o mercado de rochas ornamentais, nenhum apresenta uma grande precisão. Resolvido pelo sistema de regulação de espessura do dispositivo, que possibilita a alteração do nível de desbaste com precisão micrométrica.

O inventor, com sua vasta experiência acadêmica em geologia, observou em testes de laboratório que os padrões de rocha observáveis quando uma luz polarizada incide em uma lâmina petrográfica são esteticamente agradáveis. Após realizar pesquisas sobre o uso das mencionadas lâminas no setor de rochas ornamentais, o inventor determinou que esta área representa um nicho de mercado ainda não suprido. Tendo determinado a viabilidade econômica do projeto, o inventor deparou-se com a realidade de que nenhuma das máquinas atuais possuem a capacidade de produzir lâminas de rocha de porte grande o suficiente para viabilizar sua comercialização como um revestimento decorativo, iniciando assim sua própria pesquisa e desenvolvimento.

Para que uma rocha se torne translúcida, é necessário, dependendo de sua composição, que sua espessura seja inferior a 0,05 mm, enquanto máquinas de corte e desbaste comumente utilizadas no setor de rochas ornamentais produzem chapas de espessura mínimas de 2 cm. Já as máquinas utilizadas em laboratório, que oferecem uma precisão alta o suficiente para reduzir a espessura de uma rocha o ponto necessário, produzem lâminas com uma área de superfície inferior a 20 cm 2 . Com o intuito de superar as adversidades apresentadas, o inventor passou a pesquisar alternativas viáveis para desenvolver um dispositivo capaz de obter um produto de proporção adequada, obtendo uma inesperada inspiração ao observar o funcionamento de uma desengrossadeira de madeira.

Iniciou-se então o desenvolvimento próprio, utilizando-se de uma esteira móvel que leva uma chapa de rocha a um módulo com um êmbolo, de tamanho adaptável, que realiza a redução de sua espessura. O sistema com o êmbolo foi acoplado a um preciso medidor de altura e então diversos módulos foram conectados em série, de forma a permitir que o polimento e desbaste seja realizado gradualmente. Iniciando os testes, o inventor observou que a redução de espessura estava, de fato, sendo realizada de forma precisa, porém, a chapa de rocha, ao chegar a uma espessura inferior a 0,5 cm se tornava muito frágil, em que o material se desintegrava ou trincava com movimentos mínimos.

Para solucionar este problema, o inventor passou a fazer uso de uma chapa de sustentação, de material rígido e incolor, que é fixado com uma cola, também incolor, antes do processo de redução de espessura ser iniciado. Incialmente a chapa de sustentação sofria riscos e ranhuras ao passar pelos êmbolos, porém, ao calibrar as alturas e rotações dos êmbolos a um valor adequado obteve-se, por fim, uma lâmina de rocha translúcida de grande porte. O inventor continuou a realizar testes após objetivo inicial ser atingido, determinando que também é possível fazer uso de materiais flexíveis para a produção da lâmina de rocha, possibilitando que o produto forme geometrias de perfil curvo desde que os materiais utilizados como chapa de sustentação e proteção sejam flexíveis, sem que haja a quebra, por exemplo, chapas de PET e Acrílico. Enfim, as lâminas produzidas foram coladas, em forma de sanduiche, a duas películas polarizadas, com seus planos de polarização orientados entre si de forma perpendicular, posicionados de maneira alternada em cada face da lâmina. Ao final do processo, obteve-se um revestimento que, ao ser incidido por uma fonte de luz, demonstra os deslumbrantes padrões petrográficos de cores e texturas da rocha inicialmente utilizada.

Breve descrição dos desenhos

Para melhor esclarecimento e entendimento da construtividade, são anexadas as seguintes figuras:

A Figura 1 ilustra a vista lateral do dispositivo de desbaste (DDD), fazendo uso de seis módulos de desbaste (MD);

A Figura 2 ilustra a vista superior do dispositivo de desbaste (DDD), representando a posição que a chapa de rocha (CRO) no início do processo;

A Figura 3 ilustra a vista superior do módulo de desbaste (MD), mostrando parcialmente a grade de sustentação (PL);

A Figura 4 ilustra a vista em perspectiva do módulo de desbaste (MD), colocando ênfase a extremidade em que a rotação do motor (MT) é transmitida para o eixo abrasivo (EA) ocorre;

A Figura 5 ilustra a vista em perspectiva do módulo de desbaste (MD), colocando ênfase na extremidade em que o manipulo volante de altura (MDA) faz a regulação do nível de desbaste;

A Figura 6 é uma foto da lâmina de rocha sustentada (LRS) proveniente do desbaste da chapa de rocha (CRO), em que está sendo parcialmente representada a lâmina com películas polarizadas (LPP), com um exemplo do padrão de cores e texturas que podem ser geradas com o processo de produção; e

A Figura 7 Vista explodida do conjunto com lâmina de rocha natural translúcida aplicado como revestimento decorativo (RD), demonstrando a lâmina de rocha sustentada (LRS) composta pela lâmina de rocha (LR) unida a uma grade de sustentação (PS) e os demais elementos que compõem o conjunto.

Descrição da invenção

De acordo com a figura 7, o revestimento decorativo (RD) é composto pelos seguintes elementos dispostos em sequência, película polarizada (PP), lâmina de rocha sustentada (LRS) formada pela união da chapa de sustentação (CS) transparente e lâmina de rocha (LR), película polarizada (PP) e uma chapa de proteção (CP) transparente; um adesivo incolor translúcido, ou similar, é usado para unir todos os componentes do revestimento decorativo (RD).

As películas polarizadas (PP) devem estar orientadas de forma que sua direção de polarização sejam perpendiculares entre si, de forma que a direção de vibração dos polarizadores formem um ângulo de 90 s .

De acordo com as figuras 1 e 2, o dispositivo de desbaste (DDD) é dotado de uma pluralidade de vigas de sustentação verticais (SV), metálicas, e dotado de uma pluralidade de vigas de sustentação horizontais (SH), metálicas, que se conectam através de parafusos ou, alternativamente, solda, formando uma estrutura; dotado de esteiras transportadoras (EST), preferencialmente poliméricas, por correia ou similar, fixadas paralelamente às vigas de sustentação horizontais (SH) superiores de maneira que a esteira (EST) seja capaz de movimentar a grade de sustentação (PS) através dos módulos de desbaste (MD); dotado de um fuso de bancada avanço (FBA), metálico, com comprimento variável de acordo com o número de módulos de desbaste (MD), conectado em uma de suas extremidades ao manipulo volante esteira (MVE), genérico, opcionalmente pode ser conectado a um motor da esteira, não ilustrado; dotado de grade de sustentação (PS), polimérico ou metálico, de formato retangular com dimensões que acomodam a chapa de rocha (CRO) a ser desbastada, que está apoiado sobre as esteiras (EST) e dos patins horizontais (PAH); dotado de uma pluralidade de patins horizontais (PAH), preferencialmente com aba, fixados abaixo da esteira (EST), auxiliando a amparar a grade de sustentação (PS); e é dotado de uma pluralidade de módulos de desbaste (MD) posicionados de forma ortogonal ao sentido do fluxo esteira (EST), acima da estrutura formada pelas vigas de sustentação verticais (SV) e vigas de sustentação horizontais (SH).

De acordo com as figuras 3, 4 e 5, o módulo de desbaste (MD) contém um regulador de altura (RA), preferencialmente metálico, conectado nas extremidades superiores das vigas de sustentação vertical (SV) inferiores; contém um motor (MT), trifásico ou similar, fixado às vigas de sustentação vertical (SV), acima da viga de sustentação horizontal (SH); contém uma polia (PO), polimérico ou metálico, preferencialmente com um canal em sua circunferência condizente com uma correia (CR), fixado ao eixo de rotação do motor (MT); contém uma polia menor (POM), metálica, de menor diâmetro que a polia (PO), com um fator de aumento de velocidade de 3:1 ou superior, conectado a uma das extremidades do eixo abrasivo (EA) e ligado à polia (PO) através de uma correia (CR); contém uma estrutura (EMD), composta por uma pluralidade vigas metálicas que formam uma geometria retangular e com pernas perpendiculares à seus vértices, fixada acima da viga de sustentação horizontal (SH) superiores; contém eixo abrasivo (EA), preferencialmente metálico, que passa pelo centro da circunferência de face do abrasivo (AB), ligado em uma de suas extremidades à polia menor (POM), e fixado e sustentado por dois mancais (MA); contém abrasivo (AB), natural ou sintético, de formato cilíndrico e permutável de acordo com o acabamento necessário; contém placas estruturais (PE), metálicas, com formato de chapas retangulares, que são fixadas de maneira centralizada ao mancai (MA), fixado ao bloco (BM) em sua face contraria ao mancai fixado na extremidade oposta do motor (MT) e fixado a dois reforços (RE) paralelos de forma perpendicular a sua face; contém duas placas estruturais (PE), metálicas, que sustentam os mancais (MA), posicionadas nas extremidades dos reforços (RE); contém uma pluralidade de guias lineares (GL), comuns, com suas partes moveis posicionadas nas extremidades das placas estruturais (PE) e sua guia fixa posicionada na parte vertical da estrutura (EMD); contém um bloco (BM), maciço e metálico, poligonal com um orifício passante e roscado internamente em sua face superior e uma face frontal com dimensões adequadas para auxiliar na sustentação dos parafusos do mancai (MA), fixado à placa estrutural (PE) de forma que o furo passante fique na vertical; contém um fuso trapezoidal (FT), convencional, preferencialmente com passo de 4mm ou inferior, rosqueado ao orifício passante do bloco (BM), com uma de suas extremidades fixada ao manipulo volante de altura (MVA) e com sua rotação sustentada à dois mancais (MA); contém um manipulo volante de altura (MVA), metálico ou polimérico, convencional, fixado à extremidade superior do fuso trapezoidal (FT).

O manipulo volante de altura (MVA) é sustentado por mancais (MA), e ligado ao fuso trapezoidal (FT), possibilitando que através do giro do volante (MVA), ocorra um movimento linear vertical que confere a regulagem de altura do eixo abrasivo (EA). O movimento é transmitido para o bloco (BM), que por sua vez está acoplado a placa estrutural (PE) e o abrasivo (AB).

Para determinar a altura do eixo abrasivo (EA) de forma precisa, faz-se uso de um relógio comparador, fixando-o à placa estrutural (PE), podendo, alternativamente, fazer- se uso de medidores de precisão elétricos ou de um manipulo volante com medidas analógicas, podendo ser embutidos diretamente ao módulo de desbaste (MD) do dispositivo de desbaste (DDD). Os módulos de desbaste (MD) tem sua altura alterada individualmente, de modo que a chapa de rocha (CRO) seja gradualmente desbastada.

Exemplos de concretizações da invenção

A instalação do dispositivo de desbaste (DDD) é efetuada a partir dos seguintes passos:

1-a) Determina-se o número de módulos de desbaste (MD) que serão necessários de acordo com o tipo e espessura da chapa de rocha (CRO) e determina-se a largura dos módulos de acordo com a utilização do produto final;

1-b) Monta-se a base da estrutura do dispositivo de desbaste (DDD), fazendo uso de vigas de sustentação verticais e horizontais (SV) e (SH), e instalam-se os reguladores de altura (RA) nos locais em que os módulos de desbaste (MD) serão instalados;

1-c) Instala-se o fuso de bancada do avanço (FBA) e as esteiras (EST);

1-d) Monta-se as estruturas (EMD) dos módulos de desbaste (MD), fixando as guias fixas da guia linear (GL) na parte interna de suas sustentações verticais;

1-e) Determina-se os tipos de abrasivos (AB) que serão utilizados e inserem-se os eixos abrasivos (EA) em seu interior; 1-f) Instala-se os mancais (MA) e o patins móvel da guia linear (GL) nas placas estruturais (PE), adicionando o bloco (BM) para a placa correspondente ao lado em que o fuso trapezoidal (FT) será instalado;

1-g) Instala-se o eixo abrasivo (EA) entre duas placas estruturais (PE), uma delas possuindo o bloco (BM) acoplado, fixando o eixo (EA) nos mancais (MA), em seguida dois reforços (RE) são instalados paralelamente ao eixo;

1-h) Fixa-se a estrutura (EMD), previamente montada, no topo da base da estrutura do dispositivo de desbaste (DDD), acima dos reguladores de altura (RA);

1-i) Desliza-se os patins, do conjunto do eixo abrasivo (EA) e placas estruturais (EA), na guia (GL) interna à estrutura (EMD);

1-j) Posiciona-se o manipulo volante de altura (MVA) e o fuso trapezoidal (FT) através da estrutura (EMD) e do bloco (BM);

1-k) Instala-se o motor (MT) e a polia (PO) nos reguladores de altura (RA) e instala-se a polia menor (POM) no eixo abrasivo (EA), conectando ambas através de uma correia (CR), a folga da correia (CR) é ajustada através dos reguladores de altura (RA); e

1-1) Fixa-se na grade de sustentação (PS) os patins horizontais (PAH) e, em seguida, posiciona-se a grade (PS) em cima da esteira (EST).

Para que a chapa de rocha (CRO) tenha sua espessura reduzida para uma escala micrométrica, sem se desfazer ao ser retirada da máquina, utiliza-se de um processo de preparo, em que a rocha é fixada, através de uma cola incolor translúcida, a uma chapa de sustentação (CS), também translúcida, podendo-se fazer uso de materiais como plástico, acrílico, vidros, ou equivalentes, suportando tanto elementos flexíveis como rígidos.

Para garantir um bom acabamento da lâmina de rocha (LR), a granulometria dos abrasivos (AB) aumenta sequencialmente, assim como a profundidade do desbaste é reduzida, ao passar por cada modulo abrasivo (MR), desta forma o processo linear de desbaste e polimento ocorre em um único processo, reduzindo a necessidade de retrabalho.

A lâmina de rocha (LR), deverá ter uma espessura delgada o suficiente para que os minerais anisotrópicos contidos em uma determinada rocha se tornem translúcidos, permitindo a passagem da luz em sua estrutura cristalográfica, portanto, para a presente patente, a espessura ideal de uma lâmina de rocha (LR) é variável em função do tipo de rocha escolhido, tendo em vista o grau de translucidez de seus minerais constituintes. A lâmina de rocha natural translúcida (LR) poderá apresentar formatos geométricos diversos, desde que suas dimensões (largura x comprimento) se mostrem suficientes para o que se destina a presente patente, que é a sua aplicação como revestimento decorativo.

O funcionamento do dispositivo de desbaste (DDD) segue as seguintes etapas:

2-a) A chapa de rocha (CRO), já colada a uma placa de sustentação incolor e posicionada acima da grade de sustentação (PS), avança com o movimento da esteira (EST) até o primeiro módulo de desbaste (MD);

2-b) O abrasivo (AB), com sua altura previamente calibrada, em rotação, remove material da superfície da chapa de rocha (CRO), simultaneamente, um fluxo de água corrente remove o resíduo proveniente do desbaste e resfria o abrasivo;

2-c) A chapa de rocha (CRO) passa sequencialmente por todos os módulos de desbaste (MD), tendo sua espessura reduzida gradualmente para evitar danificar a lâmina de rocha (LR) resultante; e

2-d) Ao passar pelo último módulo de desbaste (MD), a lâmina de rocha (LR) é removida e passa por um processo de secagem, por fim, películas polarizadas (PP) e a chapa de proteção (CP) são coladas em ambas as suas faces para formar um revestimento decorativo (RD).

O revestimento decorativo (RD) terá seus efeitos ópticos gerados pela interação das duas películas polarizadas (PP) e da lâmina de rocha (LR) com a incidência de uma fonte luminosa (FL), proporcionando ao observador um padrão estético de cores e texturas nos minerais contidos na lâmina de rocha (LR). Padrão estético este, com cores dinâmicas e texturas incomuns, totalmente diferentes quando comparados com a mesma lâmina de rocha (LR) vista a luz natural, se configurando como um tipo novo tipo de revestimento, até então, inédito no setor das rochas ornamentais e construção civil em geral. Tendo em vista o formato, a diversidade dos tipos de rochas existentes, a espessura da lâmina de rocha (LR) e os diversos tipos de fontes luminosas (FL) que podem ser utilizados, surgirá uma infinidade de ideias criativas de modelos e aplicações para o revestimento decorativo (RD) criado.

Para que o efeito visual seja observado, torna-se necessário que uma fonte luminosa (FL) seja posicionada de maneira que o revestimento decorativo (RD) fique retro iluminado, preferencialmente posicionando a fonte luminosa (LD) na parte posterior do revestimento decorativo (RD), onde a película polarizada está exposta, conforme a figura 7, e a chapa de proteção (CP) fique externamente visível, exercendo assim sua função de proteger a película polarizada (PP) de avarias. Alternativamente pode-se fazer uso de duas chapas de proteção (CP), fixando-as em ambas as faces do revestimento decorativo (RD).

O padrão de cores pode variar de acordo com o tipo de mineral e a espessura da lâmina de rocha, podendo, portanto, na etapa de confecção da lâmina de rocha (LR) ter a opção de escolha de sua espessura para se determinar o padrão de cor desejado para o revestimento, ou seja, uma mesma lâmina de rocha (LR) pode apresentar diversos padrões de cores em função de sua espessura. A espessura adequada pode ser determinada tendo como auxílio a carta de cores de Michel-Lévy.